sexta-feira, 16 de maio de 2008

A LENDA DE WESAK


Essa é uma lenda que recebi de uma querida amiga Daniela Gomes, diretamente da Bahia

A LENDA DE WESAK
(versão livre de textos de Alice A. Bailey, Torkom Saraydariam, C.W. Leadbeater)


O Festival acontece anualmente, no momento do plenilúnio de Touro, quando bênçãos são transmitidas à Terra por intermédio do Buddha e do Cristo. Paralelamente ao acontecimento espiritual interno, tem lugar a cerimônia física externa, em um pequeno vale do Tibet, nos Himalaias.

O sonho, lenda ou acontecimento pode ser descrito como segue:

Existe um vale situado ao pé dos Himalaias tibetanos, a uma altura bastante elevada, rodeado por montanhas, exceto para o nordeste onde existe uma estreita abertura. O vale tem forma de uma garrafa com o pescoço para o nordeste, abrindo-se para o sul. No extremo norte próximo da abertura há uma grande rocha plana. Não há árvores nem arbustos no vale, que está coberto por um tapete de grama dura. As ladeiras das montanhas sim se encontram apinhadas de árvores.

No momento do plenilúnio da Lua em Escorpião, Sol em Touro, começam a chegar peregrinos, homens santos e lamas que se aproximam ocupando a parte sul e central, deixando o extremo nordeste relativamente livre. Ali, segundo reza a lenda, se congrega um grupo de Grandes Seres que são, na Terra, os guardiões do Plano Divino para nosso planeta e para a humanidade.

Com sua sabedoria, amor e conhecimento forma uma muralha protetora para nossa raça, tratando de nos guiar da escuridão à luz, do irreal ao real e da morte à imortalidade. Este grupo de conhecedores da divindade se situa nos confins do vale em círculos concêntricos, de acordo com o grau de desenvolvimento iniciático, preparando-se para um grande Ato de Serviço.

Diante da rocha, olhando para o nordeste, se acham em níveis etéreos os Seres denominados de "os Três Grandes Senhores": o Cristo, que se situa no centro; o Senhor das formas viventes, o Manú, que se situa à direita; e o Senhor da Civilização, o Mestre Rakoczi, que se acha à sua esquerda. Sobre a rocha descansa um pote de cristal cheio de água.

Atrás do grupo de Mestres, Adeptos, Iniciados e trabalhadores avançados no Plano Divino, se situam os discípulos e aspirantes, em seus diversos graus e grupos, que constituem nesta época o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Alguns estão presentes em corpo físico e chegam por meios comuns, outros se acham presentes em seus corpos espirituais ou em estado de sonho.

Ao aproximar-se o momento do plenilúnio, se produz uma quietude entre a multidão e todos olham para o nordeste. A um sinal dado, os Grandes Seres formam três círculos concêntricos e começam a cantar.

Quando o cântico se aprofunda e ganha mais ritmo, os Visitantes etéreos se materializam e uma figura gloriosa se torna visível no centro dos círculos. O chamam com vários nomes: Senhor Maytreia, Bodhisattva, Cristo, Senhor da Paz e do Amor; é o Mestre de todos os Mestres que formam a Hierarquia Planetária para levar a cabo a finalidade divina deste planeta.

O Cristo aparece vestido com um manto branco puro, tendo em Suas mãos o Cetro do Poder que lhe deu o Ancião dos Dias para esta ocasião. Nenhum Mestre pode tocá-lo salvo o Cristo, o mestre do todos os Mestres.

Os Iniciados que estão nos três círculos se põem em frente a Ele no centro e, quando Ele se torna mais visível, todos se inclinam e cantam um mantra de saudação e afirmação.

Logo estes círculos se convertem em um círculo só. Aqui novamente o cântico comove os corações e as almas dos presentes, e descem mais alegria, paz e bênçãos sobre a multidão.

O próximo movimento é o triângulo dentro do círculo, em cujo ápice está o Cristo de pé próximo da pedra, sobre a qual coloca o Cetro do Poder. Na pedra se vê o pote de cristal com ornamentos dourados, e guirlandas de flores de lotus cobrem a rocha e caem dos cantos.

Depois Eles realizam outro movimento que é um triângulo com três ovais que se entrelaçam no centro do mesmo, onde está o Cristo. O movimento seguinte é uma estrela de seis pontas e logo a estrela do Cristo: o pentagrama ou estrela de cinco pontas. Aqui o Cristo está no ápice, próximo da pedra; à sua direita o Manú, à sua esquerda o Mestre Rakoczi, um Grande Ser no centro e outros Grandes nas pontas inferiores da Estrela.

Estão presentes os regentes de todos os tipos de energia: os Mestres Morya, Koot Humi, o Veneziano, Serapis, Hilarión, Jesus e Iniciados, discípulos e aspirantes espirituais. Aqui o cântico cria grande tensão na multidão, e o Cristo, tomando o Cetro do Poder, o levanta e diz:
"Pronto, Senhor, vem..."

Logo, põe novamente o Cetro do Poder sobre a pedra e nos momentos antes da Lua Cheia os olhos de todos os presentes se voltam para a pedra. A expectativa da multidão aumenta e a tensão é maior e cresce constantemente. Através da multidão parece sentir-se um estímulo ou vibração potente que tem o efeito de despertar as almas dos presentes, fusionando e unificando ao grupo, enlevando a todos e realizando um grande ato de busca, ansiedade e expectativa espiritual. É a culminação da aspiração do mundo que se acha enfocada neste grupo expectante.

Poucos minutos antes da hora exata do Plenilúnio, se divisa ao longe um pequeno ponto de luz no céu, que ao aproximar-se vai se transformando em uma nítida silhueta, que adquire a forma do Buddha sentado em sua clássica posição de lotus, envolto em Seu manto cor açafrão, banhado em luz, com Sua mão direita levantada em bendição.

Quando Ele chega a um ponto sobre a pedra, o Cristo entoa A Grande Invocação(*) e todos os presentes caem prostrados tocando a Terra com suas frontes.

Esta Grande Invocação cria uma estupenda energia que inunda os corações dos aspirantes, discípulos e Iniciados. Este é o momento mais sagrado do ano, o momento em que a humanidade e a divindade fazem contato. No momento exato da Lua Cheia, o Buddha passa ao Cristo a energia do primeiro raio -- Vontade -- que Cristo recebe e transforma em Vontade ao Bem.

O Cristo, que é o grande celebrante, estende Suas mãos, toma o pote de cristal com água, o levanta sobre Sua cabeça e logo o põe de novo sobre a pedra. Então, os Mestres cantam hinos sagrados e o Buddha, o Grande Iluminado, depois de bendizer a multidão desaparece lentamente no espaço.
Todo o cerimonial, desde que o Buddha aparece ao longe, até o momento em que desaparece dura só oito minutos.

Ano após ano, o Buddha regressa para dar a benção e tem lugar a mesma cerimônia. Cada ano Ele e o Cristo trabalham em intima colaboração para benefício espiritual da humanidade. Através do Buddha flui a Sabedoria, através do Cristo o Amor, que se manifestam, derramando-se sobre a humanidade na Lua Cheia de Touro.

Nesse momento são possíveis grandes expansões de consciência e todos, de todas as partes, podem ser ajudados e estimulados espiritualmente.
Seguindo com a lenda, quando o Buddha desaparece, a multidão se põe de pé e o Cristo distribui a água benta aos Iniciados e a todos os que estão presentes no vale. Esta é a maravilhosa "cerimônia da comunhão da água".

Depois da benção, a multidão se dispersa silenciosamente.

Tal é a lenda detrás deste Festival, e também tal é a realidade se nos atrevemos a crer, se nossas mentes estiverem suficientemente abertas e nossos corações suficientemente expectantes para reconhecer sua possibilidade. Esta idéia requer que ajustemos algumas de nossas crenças mais arraigadas.

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(*) A GRANDE INVOCAÇÃO

Do ponto de Luz na Mente de Deus,
Que aflua luz às mentes dos homens.
Que a Luz desça à Terra.
Do ponto de Amor no Coração de Deus,
Que aflua amor aos corações dos homens.
Que o Cristo retorne à Terra.
Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Que o propósito guie as pequenas vontades dos homens,
O propósito que os Mestres conhecem e a que servem.
Do centro a que chamamos raça dos homens,
Que se cumpra o Plano de Amor e Luz,
E que se sele a porta onde habita o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.




Daniela Gomes

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